Dia da previdência: Aproveite para pensar na sua aposentadoria

O dia 24/01 é marcado pelo dia da Previdência Social e do aposentado. No ano de 1923 foi fundada a Caixa de Aposentadoria e Pensões, que posteriormente foi ampliada e transformada na nossa previdência. Mas temos o que comemorar nessa data?

 

A Previdência Social pública é necessária, pois é um seguro que garante a renda da pessoa e sua família, compreendendo vários tipos de benefícios, sendo auxílio doença, aposentadoria, entre outros. Um dos problemas apontados que envolve a previdência é o seu déficit, onde em 2017 foi de R$ 182,4 bilhões, sendo o déficit nominal envolvendo a previdência urbana e rural (divulgado em 22/01/2018 pelo governo). Porém há muita discussão sobre o déficit, pois a previdência considera somente as contribuições pagas pelos segurados e empresas, o valor de tributos destinados diretamente ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

 

Mas há outros três tributos que foram criados para serem destinados à previdência. É a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o PIS (Programa de Integração Social), ambos recolhidos por empresas. Então quando falta dinheiro na previdência, o governo destina recursos para cobrir o déficit.

 

Há especialistas que comentam que se fosse considerar esses três tributos na arrecadação da previdência, a mesma teria um superávit, ou seja, arrecadaria mais do que gastaria, sendo uma questão de contabilização dos tipos de receitas. Mas saindo da polêmica de reforma da previdência, muitas pessoas que estão pagando seu INSS tem a seguinte dúvida: Será que vou conseguir me aposentar?

 

Apesar do déficit declarado ano a ano, o governo coloca dinheiro para fechar as contas na previdência. Isso faz com que tenha a continuidade nos benefícios e no regime previdenciário como um todo. Por ser um direito constitucional, é praticamente nula a situação de não termos mais previdência pública. O que vai ocorrer é uma mudança nas regras para os benefícios, o que já está acontecendo e está em discussão (reforma da previdência).

 

A tendência, para as pessoas que estão contribuindo com o objetivo de ter uma aposentadoria ou outro benefício no futuro, é que vai ficar mais tardio o início do benefício. Isso porque a população brasileira está envelhecendo mais, consumindo mais recursos da previdência, e o modelo atual foi construído para uma situação muito diferente do que é hoje. Isso sem comentar da perda de valor do benefício ao longo do tempo. Você já deve ter escutado ou conhecido alguém que se aposentou com, por exemplo, quatro salários mínimos na época e atualmente recebe três ou menos que isso.

 

Por outro lado, há aqueles que colocam que a reforma da previdência é uma forma do governo aumentar a arrecadação, visto que conforme citei antes, o PIS, a CSLL e o COFINS não são considerados no cálculo do déficit. Independente disso, é muito provável que em breve tenhamos a reforma, talvez em 2018 ou num próximo governo, sendo uma das mudanças necessárias para o Brasil atrair mais investimentos.

 

Saindo da polêmica da reforma e déficit ou superávit, o que fazer para se aposentar com uma garantia do valor igual ou próximo da minha renda atual?

 

Se depender somente da previdência pública, é muito provável que o benefício não seja o mesmo valor da sua renda atual. A alternativa é guardar um valor mensal, destinado a fazer um investimento com expectativa de sacar no futuro. A principal forma é a previdência privada, onde através de um determinado valor mensal, aplica-se em renda fixa, variável ou mista, com objetivo de sacar no futuro. Há planos de previdência que desde R$ 40,00 por mês é possível constituir um fundo de reserva.

 

Obviamente que quanto antes começar e quanto mais pagar, melhor será a retirada futura. Recomenda-se que, além do INSS pago, seja destinado um percentual de 10% a 15% da renda, como forma de reserva, que pode ser destinado à previdência privada, ou outra forma de investimento.

 

Simulando uma pessoa que tenha atualmente a idade de 35 anos, e uma renda de R$ 2.000,00. Se essa pessoa destinar mensalmente 10% de sua renda, ou seja, R$ 200,00 por mês, por 20 anos, até ela completar 55 anos, a uma taxa de juros de 0,8% a.m., tem-se ao final o valor acumulado de cerca de R$ 144.226,24, que a pessoa pode sacar ou receber sua aposentadoria.

 

Supondo que a expectativa de vida do brasileiro aumente para 80 anos em 2038 (atualmente é de 74,68 anos), então teria 25 anos para usufruir do valor acumulado (80 – 55). Então se a pessoa sacar mensalmente essa reserva, e que o saldo que fica vai rendendo a mesma taxa de juros (0,8% a.m.), a pessoa teria uma renda média aproximada de R$ 1.260,00 mensais, que poderia sacar até completar 80 anos, de forma a complementar sua aposentadoria pública (INSS).

 

Claro que esse valor não chega à renda atual (R$ 2.000,00), mas temos que pensar como um complemento e também devemos considerar que é 10% de reserva por todo o tempo, podendo aumentar os percentuais ao longo do período, ao mesmo tempo que deve ser considerado a inflação do período e mudança da taxa de juros.

 

Mas é um pequeno exemplo para mostrar a importância de planejar nossa renda futura. Se você consultar opções de previdência privada, praticamente todos já mostram simulações de renda. O mais importante é ter a disciplina de destinar um valor da renda para a aposentadoria, além do INSS, pois respondendo à pergunta anterior, será cada vez mais difícil receber um benefício do INSS que seja próximo ao valor da sua renda atual.

 

Importante destacar que não necessariamente é a previdência privada a única forma de acumular recursos para a aposentadoria. Há pessoas que investem de outras formas, desde compra de imóveis, aplicação em renda fixa, mercado de ações e opções, investimento em empresas, entre outros. O importante é remunerar o capital guardado, ou seja, temos que aproveitar os juros, por mais pouco que seja. É onde os juros compostos não nossos parceiros e não os nossos pesadelos.

 

Então há dois caminhos: Se contentar com o benefício do INSS ou complementar com uma reserva mensal, que pode ser previdência privada ou outra forma de investimento.

 

Até mais!

Fabio Nepomoceno - Consultor de Finanças

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