Por onde começar a gestão financeira na empresa?
Muito tenho acompanhado as dúvidas de pequenos empresários quanto às finanças de seus negócios. Alguns com questionamentos sobre quais são as informações principais para acompanhar, outros em querer saber o motivo das dificuldades de caixa, e tantos outros querendo mudar o rumo das finanças do negócio: de situação negativo para positivo.
Não há uma solução padrão, até porque não são os mesmos problemas e causas. Mas há coincidência em algumas situações que podem gerar descontrole nas finanças de pequenos empreendimentos: a falta de controle.
Isso mesmo, pode parecer básico, mas é uma das causas que os empresários não conseguem gerir corretamente seus negócios. Faltam dados e quando tem, há deficiências, não tendo evidências de que aquele resultado é realmente correto.
É compreensível a centralização de atividades e o acúmulo de tarefas em pequenas empresas, porém não pode ser esquecido as anotações de gastos e receitas. Pode ser feito pelo empresário ou por seu empregado.
“O quê? Meu funcionário tendo acesso à informações financeiras da minha empresa?” Infelizmente ainda existem empresários com esse pensamento que eu classificaria como ultrapassado.
Uma das virtudes do empreendedor é saber delegar as funções e tarefas para outras pessoas, inclusive as correspondentes da área financeira. Contudo é recomendável se precaver com procedimentos e instrumentos que apoiem o controle, a fim de auditar se as pessoas estão executando as tarefas da forma como foram instruídas, reduzindo o risco de erros e até de fraudes.
Por outro lado, há alguns empreendedores que passam as funções financeiras para seus funcionários e esquecem, ou ainda, preferem ficar longe dos números. De nada adianta ter o registro sem a análise. Pior do que não ter dados financeiros confiáveis, é tê-los mas não transformar em informação útil.
Há empresas que tem uma base de dados com vários dados financeiros sem classificação, sem critério, muito confusos, provavelmente por não ter sido filtrado e analisado. O trabalho maior pode ser a parte do registro das informações, mas por outro lado esse trabalho é feito no dia-a-dia da empresa. É uma questão de rotina e hábito. A análise geralmente é mensal e resume-se na compilação dos dados e complemento de algumas informações.
As áreas de uma empresa, como comercial, produção, recursos humanos, marketing ou alguma outra, em algum momento vão ter reflexo no financeiro. Se não temos os números, ou ainda, os indicadores do nosso negócio, não podemos medir se melhoramos ou pioramos.
Então fica a dica: registro diário de todos os gastos e receitas para o empresário fazer ou para seu colaborador, desde que haja conferência e supervisão. Serve a mesma regra para qualquer pessoa, para suas finanças pessoais.
Fabio Nepomoceno - Consultor de Finanças - F12 Consultoria