Os principais pontos do acordo histórico do G7 para tributar multinacionais

As potências do G7 chegaram, no último sábado (05/06/2021), a um acordo histórico sobre um imposto para as grandes empresas. Além disso, comprometeram-se com as mudanças climáticas, a ajuda aos países pobres e a recuperação da pandemia. Veja a seguir, os principais pontos do comunicado divulgado após o encontro de dois dias em Londres:

 

1- Rumo a um imposto mínimo global

 

Esse foi o tema principal do encontro dos países do G7 (Reino Unido, França, Itália, Canadá, Japão, Alemanha e Estados Unidos). Todos apoiaram uma reforma tributária baseada em dois pilares.

 

O primeiro pilar define os métodos de tributação dos lucros das empresas e de distribuição mais justa dessas receitas fiscais. O objetivo é que as multinacionais paguem impostos onde obtêm lucros e não apenas onde estão registradas, muitas vezes em países com baixa pressão tributária. A medida será aplicada a empresas internacionais com margem de lucro de pelo menos 10%. O acordo estabelece que, acima desse limite, 20% dos lucros obtidos serão tributados nos países em que as empresas operam.

 

A medida é voltada especialmente aos grandes grupos de tecnologia americanos, que estão colhendo lucros recordes e, em muitos casos, se beneficiando com a pandemia.

 

2- Alíquota mínima de 15%

 

O segundo pilar prevê uma taxa mínima global de imposto sobre as empresas de pelo menos 15%, a fim de criar regras comuns e evitar a concorrência fiscal excessiva. O comunicado não diz se os países que já têm um imposto sobre os gigantes digitais, como o Reino Unido, terão que abandoná-lo para abrir caminho para a reforma. Mas o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, disse que essa era a intenção de Londres. Apesar do acordo histórico, o projeto ainda não foi concluído e o G7 da está pressionando por um acordo na reunião do G20, que será realizada na Itália em julho. "Este é um momento histórico, mas não é o fim da estrada", disse Sunak.

 

3- Controle sobre riscos climáticos

 

A mudança climática é outro grande tema da agenda do G7 e deve ser abordada na cúpula de chefes de Estado e de Governo que acontecerá na próxima semana na Cornualha, no sudoeste da Inglaterra. O G7 das Finanças apoia o plano de obrigar as empresas a divulgar seus riscos climáticos.

 

Trata-se de uma ferramenta fundamental na transição energética que deve permitir que os investidores tenham mais informações ao financiar grandes grupos. Um acordo mais amplo poderia ser alcançado na conferência climática COP26, a ser realizada em Glasgow no final do ano. Os ministros das Finanças do G7 também são a favor de um ajuste dos padrões globais de contabilidade para harmonizar a publicação desses riscos relacionados ao clima. Por fim, aplaudem a futura criação de um grupo de trabalho para incentivar as empresas a divulgar seu impacto não só no clima, mas também na natureza.

 

4- Ajuda aos países pobres

 

O G7 se diz comprometido a ajudar os países mais vulneráveis a se recuperarem da crise de saúde. Aprova a nova atribuição de direitos de saques especiais do FMI no valor de US$ 650 bilhões. Essa emissão, a primeira desde a crise financeira de 2008, aumentará a capacidade de empréstimo do FMI.

 

Os ministros também acolhem favoravelmente os esforços do Banco Mundial para melhorar o acesso às vacinas nos países pobres.

 

5- Recuperação econômica após crise sanitária

 

O comunicado final reitera o compromisso dos membros do G7 de continuar ajudando a recuperação de suas economias, conforme a atividade econômica melhora e as restrições sanitárias são suspensas.

 

Assim que a recuperação estiver em curso, pretendem garantir que as finanças públicas estejam em condições de responder a crises futuras. A única maneira de sair da pandemia, dizem, é por meio da implantação massiva de vacinas e testes em escala global. Os ministros da Saúde do G7 se comprometeram na sexta-feira a compartilhar as doses com os países em desenvolvimento por meio do programa internacional Covax.

 

Fonte: Adaptado de Uol

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