Falta de controle financeiro da Geração Z
Uma pesquisa do SPC Brasil revela que 47% das pessoas da chamada Geração Z, que tem hoje de 18 a 25 anos, não faz controle de seus gastos. A SPC Brasil é uma empresa de tecnologia vinculada à Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) que processa e armazena todas as operações de crédito realizadas pelas empresas no país. As justificativas para a falta de controle das finanças vão de não saber fazer (19%) à preguiça (18%), falta de hábito ou disciplina (18%) e não ter rendimentos (16%). Os dados revelam um endividamento recorde dos mais jovens, diz a economista-chefe do SPC Brasil Marcela Kawauti.
“As principais dívidas são as tradicionais, e o cartão de crédito ainda é muito presente. Vale lembrar que, nessa fase da vida, o cartão de crédito provavelmente é usado para pagamento de contas do dia a dia, e não de contas básicas", destaca Marcela. "Então, esse jovem também se endivida com coisas que ele não deveria pagar a prazo, e sim à vista”, conta. Marcela considera a falta de educação financeira um grande problema. “Mesmo entre os mais jovens, o problema da educação financeira é muito forte. Apesar de estarem na vanguarda, terem mais apetite por tecnologia, ainda tem meios tradicionais de se endividar, e meios tradicionais de controlar ou deixar de controlar o seu orçamento, principalmente porque falta educação financeira para eles”, diz a economista.
Para ajudar a evitar dívidas, existem várias estratégias. Um serviço por aplicativo, inédito no brasil, antecipa o salário dos dias trabalhados, mediante acordo prévio com a empresa. O valor cai direto na conta do usuário. Não há cobrança de juros, apenas uma tarifa de R$ 9 para receber antes qualquer valor. Empresas desse tipo são comuns nos Estados Unidos e agora estão chegando ao Brasil. Uma delas é a Xerpay e tem o americano John Delaney como COO [sigla inglesa de Chief Operating Officer, cujo significado é diretor de operações ou executivo-chefe de operações, uma espécie de braço direito do CEO, diretor executivo ou presidente de uma organização] em São Paulo. Segundo ele, é mais vantajoso antecipar o salário a fazer um empréstimo para quitar uma dívida. “É muito mais barato antecipar o salário que o colaborador já ganhou que contratar um crédito no mercado tradicional, em que a pessoa paga juros altos, sobretudo no atual cenário brasileiro. E também tem a questão da inadimplência: se você não pagar o valor devido, acaba tendo mais encargos, multas e despesas”, justifica.
Fonte: Revista Amanhã - Agência Brasil
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