O décimo terceiro salário é um valor bastante esperado pelos profissionais que trabalham no regime CLT. Diante desse pagamento, algumas pessoas o utilizam para quitar dívidas e organizar as finanças pessoais. Outras aproveitam a quantia recebida para comprar os presentes de Natal.

Os distintos usos se devem ao fato de cada pessoa ter uma realidade, assim como diferentes metas, objetivos e necessidades. Porém, é importante ressaltar que existem algumas formas mais inteligentes de se utilizar o 13º salário.

Décimo terceiro salário: como funciona?

Antes de conferir como utilizar o seu décimo terceiro com sabedoria, vale a pena entender como funciona esse pagamento. Criado em 1962, por meio da Lei nº 4.090/62, o 13º salário consiste em uma gratificação que os trabalhadores assalariados recebem no final do ano.

Para calculá-lo, as empresas dividem o salário integral de cada colaborador por 12. Depois, multiplicam o resultado obtido pelo número de meses em que o profissional trabalhou 15 dias ou mais.

Ou seja, se um colaborador tiver entrado na empresa no primeiro dia de julho no ano, o seu décimo terceiro salário será equivalente a seis meses — ou seja, 6/12. Além disso, vale destacar que itens como comissões, horas extras e questões elementos são considerados nesse cálculo.

Décimo terceiro: quem tem direito a esse pagamento?

De acordo com a Lei nº 4.090, todos os funcionários formais com carteira assinada (CLT) têm direito a esse pagamento. O mesmo vale para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Porém, é essencial observar que esse adicional é pago somente se o colaborador tiver prestado pelo menos 15 dias de serviço. Se ele tiver trabalhado menos do que esse período, mesmo que sob o contrato CLT, ele não terá direito a receber essa gratificação proporcional àquele mês.

Logo, antes de fazer planos quanto a esse valor, é preciso saber se você se enquadra nas regras para receber e de quanto será o pagamento feito.

Quando o décimo terceiro é pago?

Outro ponto importante para conhecer é a data de pagamento dessa bonificação. O décimo terceiro deve ser pago em duas parcelas. A quitação da primeira parte ocorre entre fevereiro e novembro e o pagamento da segunda acontece até o dia 20 de dezembro.

Porém, os colaboradores podem solicitar que o pagamento da primeira parcela seja feito com as férias, desde que faça a solicitação ainda no mês de janeiro. Ou seja, eles não precisam aguardar até o final do ano para receber o dinheiro.

A primeira parcela do 13º é integral, isto é, sem desconto. Então, se a quantia total que um funcionário tem a receber é de R$ 4.000, ele receberá R$ 2.000. Já no caso da segunda parcela, a situação é um pouco diferente.

Isso ocorre porque há descontos na segunda parcela relacionados ao INSS e ao Imposto de Renda (IR), se devido. Portanto, nesse caso, o colaborador não receberá R$ 2.000 no mês de dezembro, mas sim uma quantia menor, cerca de R$ 1.500,00.

Como você viu até aqui, o décimo terceiro salário é uma bonificação relevante que todo trabalhador formal, aposentado e pensionista tem direito a receber no final do ano. Agora, é preciso ressaltar que, além de receber esse dinheiro, é preciso utilizá-lo com sabedoria.

Veja a seguir 7 dicas essenciais para usar o 13º salário com inteligência e melhorar a sua organização financeira!

1. Coloque as finanças pessoais em dia

Um problema que afeta inúmeras famílias brasileiras é a falta de organização financeira. Por conta disso, há muitas pessoas endividadas, com diversos parcelamentos em andamento e até débitos em atraso.

Sendo assim, a primeira dica que você deve considerar para usar o seu 13º com inteligência é colocar as finanças pessoais em dia. Avalie se você tem dívidas ou se está conseguindo honrar com todas as suas despesas e obrigações.

Caso a situação financeira esteja complicada, é crucial pensar em soluções. Afinal, ninguém deseja viver para sempre com problemas financeiros.

Para começar, faça um levantamento detalhado a respeito das suas finanças. Observe o que entra e o que sai mensalmente. Para facilitar, vale a pena considerar o uso de uma planilha ou de um aplicativo.

Com esse levantamento concluído, analise quais os gastos e despesas são recorrentes em sua rotina. Verifique se todos os custos são necessários ou se existem itens que podem ser cortados ou reduzidos.

Além disso, se você observar que tem uma ou mais dívidas, por exemplo, envolvendo cartão de crédito ou cheque especial, procure quitá-las o quanto antes. Se não for possível, tente amortizá-las. O importante é pagar as dívidas que puder para diminuir o impacto dos juros.

Portanto, comece colocando as suas finanças pessoais em dia e avalie se o 13º salário pode ajudá-lo a deixar o seu orçamento em ordem.

2. Evite assumir novas despesas

Pelo fato de o décimo terceiro ser uma quantia extra no orçamento, muitas pessoas se empolgam e o utilizam para fazer compras. Há quem compre para si e quem gaste com outras pessoas, como no caso de presentes.

Porém, é essencial observar se o dinheiro recebido pode ter um destino melhor. Por exemplo, se você tem uma dívida, faz mais sentido criar despesas ou pagar a quantia que está em débito?

Se você for apenas aumentando os seus débitos, acabará criando uma bola de neve, dificultando a quitação das contas. Logo, a sua vida financeira pode ser prejudicada.

Tenha em mente que tão importante quanto sair do vermelho, é não entrar ou voltar para essa situação. Por isso, se você pretende fazer compras com o décimo terceiro, procure pagar tudo à vista e evite parcelamentos.

3. Limite os gastos

Embora seja interessante evitar novas contas, isso não significa que você não pode gastar o seu décimo terceiro. Se as suas finanças estiverem em dia, bem organizadas e controladas, é possível aproveitar a bonificação que você receberá.

Porém, tome cuidado para não gastar toda a quantia recebida. Busque utilizar somente uma parte dela. Por exemplo, você pode destinar 30% para gastar com o que quiser e 70% para poupar, investir e pensar nos seus planos.

Muitas marcas e empresas, sabendo que os trabalhadores estão recebendo o décimo terceiro salário, fazem diversos anúncios, propagandas, ofertas e promoções. Contudo, se você quer utilizar a sua bonificação com sabedoria e inteligência, evite essas “tentações” e não compre por impulso.

Assim, definir previamente um limite de gastos pode ajudá-lo a controlar melhor suas decisões e priorizar o que comprar.

4. Planeje-se para o início do ano

Com o recebimento do 13º salário, muitas pessoas já pensam em como podem utilizar o dinheiro de maneira imediata. Porém, esses são pensamentos de curtíssimo prazo.

Em vez disso, é preciso pensar em como ficarão, por exemplo, as obrigações de janeiro e fevereiro. Afinal, para boa parte da população, o início de ano traz despesas com:

IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana);

IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores);

Matrícula e materiais escolares dos filhos;

Renovação de contratos com reajuste.

Então, em vez de pensar somente em como você pode gastar a sua bonificação assim que recebê-la, planeje-se considerando os gastos que terá no começo do ano seguinte. Desse modo, você pode começar o ano no azul, com as finanças em dia e bem planejadas.

5. Comece sua reserva de emergência

A reserva de emergência é um montante relevante para qualquer pessoa. Isso ocorre porque ela gera mais tranquilidade e segurança, evitando problemas caso você venha a enfrentar contratempos e situações financeiras inesperadas.

Essa quantia funciona como uma forma de proteção diante de imprevistos que podem acontecer no futuro. Por exemplo, pense nas seguintes situações:

demissão;

carro quebrado;

problemas de saúde;

reformas necessárias e inesperadas na sua casa.

Todas essas situações envolvem gastos. Se você não tiver dinheiro guardado para ser utilizado nessas situações, como conseguirá lidar com essas adversidades? Nesse caso, há riscos de atrasar outras contas ou de ter que recorrer a empréstimos que possuem juros muito altos.

Portanto, construir uma reserva de emergência é fundamental. Afinal, graças a ela, você evitará maiores transtornos e problemas em caso de eventualidades. Para que ela ofereça essa proteção, o ideal é que a reserva de emergência seja igual a, no mínimo, 6 meses do seu custo de vida.

Se você gasta R$ 3.000 por mês, a sua reserva financeira deve ser de, no mínimo, R$ 18.000. Dessa forma, você poderá se manter por até um semestre mesmo que perca todas as fontes de renda.

Para construí-la, você pode usar o dinheiro do décimo terceiro. Depois, vale recorrer às alternativas disponíveis no mercado financeiro para manter o montante rendendo e protegê-lo dos efeitos da inflação.

Como os investimentos devem ser seguros e líquidos, é possível recorrer a alternativas como:

Tesouro Selic;

CDBs com liquidez diária;

Fundos de renda fixa.

6. Invista o seu dinheiro

A sexta dica para usar o seu décimo terceiro salário com inteligência é investir o dinheiro recebido (ou pelo menos parte dele). Nesse caso, o recomendado é construir primeiro a sua reserva de emergência e depois partir para outros investimentos.

Se você já tiver formado a sua reserva, vale a pena investir com foco em outras finalidades. Por exemplo, você pode definir como objetivo comprar um carro, comprar uma casa, viajar, entre outras possibilidades.

Afinal, alcançar certas metas, dependendo do tamanho e do prazo delas, pode ser mais difícil se você depender apenas do salário que recebe mensalmente.

Por isso, para fazer com que os seus planos e sonhos estejam cada vez mais próximos da realidade, é essencial investir o seu dinheiro com sabedoria. Além disso, vale a pena fazer aportes regulares, pois, quando o assunto é investimentos, constância e disciplina são fundamentais.

Sendo assim, se você já investe, destine pelo menos uma parte do seu 13º para realizar aplicações de renda fixa ou para investir em renda variável, sempre de acordo com o seu perfil de investidor e estratégia.

Se você ainda não investe, comece a incluir esse hábito na sua vida. Afinal, investir é uma maneira de fazer seu dinheiro trabalhar para você, de modo a construir o seu patrimônio ao longo do tempo.

7. Invista em conhecimento

Você também pode investir o décimo terceiro em conhecimentos. Nesse sentido, a sétima e última dica para usar o seu 13º é recorrer a alternativas que ajudem no seu desenvolvimento pessoal ou profissional.

Dessa forma, você poderá aprimorar suas competências e habilidades. Assim, há a chance de se tornar um profissional melhor, mais qualificado e requisitado pelo mercado, por exemplo. Consequentemente, será possível evoluir na carreira, conseguir melhores oportunidades, além de maiores salários.

Para essa finalidade, vale a pena investir em:

livros;

cursos (online ou presenciais);

treinamentos;

consultorias;

palestras;

workshops;

e muito mais.

Perceba que existem diversos caminhos e possibilidades para explorar quando o assunto é conhecimento. Por isso, invista nas modalidades que funcionam melhor para você, conforme os seus objetivos e necessidades.

Além disso, já que o assunto é dinheiro, você pode investir também em educação financeira. Ao fazer isso, será possível aprender sobre como fazer a gestão e o controle dos seus gastos. Como resultado, pode se tornar mais fácil planejar as finanças, economizar, investir etc.

Fonte: Adaptado de O Guia Financeiro

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