Como funciona o cashback?
Um dos grandes canais de aquisição de clientes nos últimos anos, o cashback, chama cada vez mais atenção. A possibilidade de ganhar dinheiro a partir dos gastos parece uma ilusão, mas não é: entenda como funciona essa ferramenta que gera valor e benefícios para marcas, consumidores e meios de pagamento – e que pode ser também um jeito de fazer o dinheiro render mais.
O que é cashback?
Cashback é uma modalidade de fidelização de clientes por meio de uma recompensa, que pode ser financeira, em crédito ou mesmo como doação. O termo “cashback” vem do inglês – tendo sido criado nos Estados Unidos – e significa, literalmente, dinheiro de volta.
Ele surgiu principalmente como um meio de pagamento e intermediário de transações financeiras conseguirem clientes. Esses intermediários – aplicativos de pagamento, cartões de crédito e bancos digitais – viram que os lucros com compras recorrentes compensam os gastos com o dinheiro de volta.
Quanto vale o cashback?
Como vimos, o cashback terá um valor diferente para cada modalidade, compra ou intermediário envolvido no pagamento. Por isso é importante estudar as diferentes categorias e os diferentes produtos de cashback fornecidos por empresas.
Como o cashback funciona?
O cashback irá, a depender de cada tipo, fornecer um valor de volta ao comprador. Esse valor é considerado uma remuneração pelo comprador ter confiado na marca. Uma vez com esse valor em mãos, se espera que o consumidor volte a comprar junto à marca.
Se as empresas devolvem o dinheiro, como elas lucram com isso?
A ideia de dar dinheiro parece não fechar a conta, mas os benefícios são muitos, como afirma Jessyca Rodrigues, assessora de investimentos da SVN.
“As empresas têm vários canais de fidelização do cliente. Um bom atendimento, personalização, programa de benefícios, e enfim, o cashback. É uma das ferramentas de retenção e traz uma vantagem para o cliente. A ideia é dar uma experiência financeira melhor, mas além da recorrência, há também mais informações sobre o cliente. E essas informações podem virar insights de negócios”.
Além disso, ela destaca a vantagem fiscal do cashback, uma modalidade de “lucro” que não é taxada pelo Imposto de Renda e que pode converter em maiores rendimentos.
“Falamos de fidelização e de mais informações sobre o cliente. Eu destacaria ainda dois pontos: um aumento de visibilidade para as marcas que aderem ao programa e mais clientes, pois muitas das empresas de cashback, como a Méliuz (CASH3), também são vitrines virtuais”.
Quais os tipos de cashback
O cashback pode ser dividido de duas maneiras distintas: da primeira, de acordo com o formato de cashback; da segunda, de acordo com a regra do cashback.
No primeiro formato, há três principais tipos de cashback em circulação no mercado. Cada um deles atende a um perfil de consumidor específico e traz vantagens específicas para as marcas que os fornecem. Eles são:
cashback em dinheiro
cashback em crédito
cashback social
Já no segundo formato, há dois tipos distintos de cashback:
cashback percentual
cashback absoluto
Cashback em dinheiro
O cashback em dinheiro é quando um intermediário devolve em moeda corrente – real, dólar, euro, e mais recentemente algumas empresas têm adotado o uso de criptoativos – para retornar o valor pago. Esse dinheiro pode então ser usado pelo cliente.
Entretanto, é importante prestar atenção caso o uso do cashback em dinheiro esteja condicionado a algum fator. Alguns serviços só permitirão o saque do valor a partir de determinada quantia acumulada. Outros podem expirar esse valor caso não seja sacado dentro de um intervalo de tempo.
Essas normas precisam ser observadas na hora de adesão a um serviço ou outro de cashback.
Cashback em crédito
Já o cashback em crédito também devolve parte do valor para a conta do usuário, mas no formato de crédito para futuras compras ou outras transações. Esse crédito barateia o custo de futuros produtos comprados, ajudando a reter cliente à marca.
Ele é particularmente útil em casos de negócios recorrentes, como mercados e farmácias, em que o consumo ocorre diversas vezes no mês. Eles também são marcados pela possibilidade de expirarem ou só serem usados em alguns produtos da marca.
Cashback social
Essa modalidade, mais recente, é uma modalidade em que parte do valor gasto na compra de produtos ou na contratação de serviços é revertido para uma causa social.
Por exemplo, caso uma marca auxilie financeiramente uma ONG de educação em comunidades carentes, seria possível que a compra de um de seus produtos revertesse R$ 10 para a comunidade.
Esse tipo de cashback se vale da isenção fiscal concedida a doações a instituições carentes para fazer valer esse tipo de operação.
Cashback percentual
Já quando classificamos o cashback com base no formato de desconto, há o cashback percentual, em que um valor percentual das compras é convertido em crédito em alguma das modalidades acima.
Aqui quanto mais se consome, maior o seu cashback. Há também promoções em que determinados produtos ou categorias ganham percentuais maiores, permitindo maior desconto.
Cashback absoluto
Diferente do percentual, esse afirma devolver um valor específico por produto, compra ou quantidade. Em última instância ele também será um percentual, mas poupa o consumidor de fazer contas.
Assim como o percentual, esse valor absoluto pode vir em qualquer uma das modalidades destacadas acima.
Vale a pena ter cashback?
Segundo a analista, sim, mas com certos cuidados. Dadas as várias modalidades e a falta de uma norma sobre como o cashback deve ocorrer, os clientes desse tipo de serviço precisam ficar atentos:
“Eu prefiro o cashback em dinheiro na conta, como fornecidos pela XP, por exemplo. Com ele o investidor consegue buscar aplicações financeiras, fazendo uma reserva sem perceber, ou comprando algo com maior necessidade”, destaca ela.
“Entretanto, o cashback de crédito é bem interessante quando observamos segmentos de consumo recorrente, como comida e saúde. Se estamos falando de móveis e eletrodomésticos, não vale tanto assim um crédito: ninguém compra uma geladeira por mês”.
Influenciadores de investimentos também demonstram como se pode somar cashbacks com descontos para conseguir adquirir produtos a preços especialmente menores.
Cashback é seguro?
Essa pergunta é muito associada a novas formas de investimento e é natural que o investidor pense na segurança de se consumir via esses canais. A orientação dada por especialistas é de que busquem canais consolidados e com tempo de atuação.
Grandes marcas, como Visa (VISA34) e Mastercard (MSCD34) já fazem programas como esse, e a Méliuz atua na área desde 2013. Embora um mercado com cerca de vinte anos de existência, ele só começou a se popularizar no Brasil no final da década de 2010.
Diferentes cashbacks ofertados no mercado
Existem várias empresas distintas com serviços de cashback na forma de crédito, dinheiro em conta ou cashback social. Listamos alguns exemplos para que você entenda a forma como essa modalidade funciona e como se valer dela:
Nubank (NUBR33)
O Nubank (NUBR33) possui um sistema de cashback em dinheiro envolvendo seu cartão Ultravioleta. Para esse sistema, cada compra no cartão de crédito converterá 1% de cashback em dinheiro que será depositado em um fundo, rendendo 200% do CDI.
O cliente pode então sacar o valor transferindo-o para sua conta ou transformando-o em milhas Smiles (SMLS3). O cashback não tem validade, podendo ser transformado em dinheiro no melhor momento para o cliente, ou ser mantido com alta rentabilidade.
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3)
Ambas as gigantes do e-commerce têm apostado em soluções de cashback em crédito em seus aplicativos de pagamento. Baixando os aplicativos da Magalu (MGLU3) ou da Ame (AMER3) você teria acesso às ofertas e oportunidades de cashback.
Através dessas oportunidades o cliente pode receber o cashback de volta nas carteiras virtuais das plataformas. Uma vez que o dinheiro fica retido, ele pode ser usado para desconto em compras no marketplace da marca, ou mesmo ser usado para abatimento do valor de boletos e afins.
Méliuz (CASH3) e PicPay
Como uma empresa que surgiu no mercado de cashback, a Méliuz tem como foco o consumo de marcas e produtos em seu site ou aplicativo. Para ter direito ao cashback, é preciso se cadastrar no site ou aplicativo da Méliuz e clicar em “ativar cashback”.
Conforme a Méliuz (CASH3) expande seus negócios para emissão de cartões de crédito e contas bancárias, também as formas de cashback se multiplicam.
Já o PicPay, plataforma de pagamentos para pessoa física ou jurídica, fornece serviço de cashback para compras feitas em sua plataforma. Além disso, é possível obter cashback pagando contas de luz, água e boletos de diversos segmentos.
XP (XPBR34), BTG (BPAC11) e Inter (BIDI11)
Outras instituições financeiras com soluções de cashback em seus cartões são XP (XPBR31), BTG (BPAC11) e Banco Inter (BIDI11).
Ambos os cartões de crédito Visa Infinite da XP e Black do BTG convertem 1% dos valores gastos no crédito em fundos de aplicação financeira com liquidez diária das corretoras. Já a XP possui apenas um fundo, de renda fixa, para onde o dinheiro vai. O BTG possui três – ESG, Renda Fixa e Criptomoedas – em que o investidor pode alocar o cashback recebido.
Já o Banco Inter, além dessa modalidade em seu cartão Black, também fornece a possibilidade de cashback em investimentos, de modo que um investimento em CDBs, por exemplo, dê valores extras aos investidores na forma de cashback.
Fonte: Adaptado de Investnews
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