Como aplicar dinheiro em CDB?

Para quem tem dinheiro sobrando no orçamento e deseja ter segurança no momento de investir, a aplicação em CDB (Cerificado de Depósito bancário) mostra-se como alternativa de investimento. Diante do valor alto dos juros, ainda que já tenha sido sinalizado redução em breve, torna-se interessante esse modelo de aplicação.

 

Antes de tratarmos sobre essa modalidade de investimento, é importante colocar que para uma pessoa ou empresa investir, é necessário que esteja com seu orçamento equilibrado e que tenha alguma sobra para poder aplicar (já fiz um vídeo sobre quanto investir, veja aqui).

 

Além da sobra de orçamento, antes de investir deve-se determinar o objetivo de guardar aquele dinheiro ou aquela determinada quantia. Se o valor a ser guardado é para aquisição de algum bem, ou realizar alguma viagem, ou algum projeto pessoal, tem que estar muito claro o valor que você vai necessitar e que prazo necessita. Tendo de forma clara o valor necessário e em quanto tempo, será uma questão de identificar a melhor modalidade de investimento para o prazo e realizar simulações.

 

O que é CDB?

 

Mesmo que a poupança seja a forma mais utilizada na hora de guardar dinheiro por parte dos brasileiros, devido à facilidade e segurança, o CDB mostra-se tão seguro como a poupança, e podendo ter rentabilidade superior. Ele é um título de renda fixa que os bancos emitem, como forma de captar dinheiro para financiar suas atividades ou também investir no mercado. O rendimento do investimento está atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que por sua vez acompanha a variação da taxa básica de juros da economia. Atualmente a taxa básica de juros da economia é de 13,75% ao ano, e o CDI médio está em 13,65% ao ano.

 

O rendimento dos CDB’s corresponde a um percentual do CDI, que dependendo da instituição financeira, pode variar de 70% do CDI, tendo casos de 130% do CDI. Quanto maior o percentual, melhor. Esses são casos de CDB’s pós fixados, ou seja, se alterar o CDI, altera também o rendimento do CDB. Também há modalidades em que o rendimento do CDB é fixado pela variação do índice de inflação e mais a taxa de juros. É uma forma de manter-se protegido dos efeitos inflacionários

 

Há também CDB’s pré-fixados, onde sabe-se o quanto que se ganhará no momento da aplicação. Em ambos os casos (pré fixado e pós fixado), é importante saber que há basicamente duas relações que determinam o rendimento do título: o valor investido e o prazo de resgate. Quanto maior o valor aplicado, maior a chance de investir em CDB que pague uma taxa atrativa. E além do valor, quanto mais tempo deixar o recurso com a instituição, maior a probabilidade de ter uma taxa superior.

 

Essa relação de tempo é determinante para o rendimento do título.  Deve-se ter cuidado para que caso você precise de dinheiro antes do tempo previsto de resgate do CDB, provavelmente o rendimento estará prejudicado.

 

Imposto de renda sobre o rendimento

 

Uma das desvantagens do CDB é a incidência do imposto de renda, onde dependendo do prazo que se deixa o dinheiro, tem uma alíquota. Para aplicações de até 180 dias, incide 22,5% de imposto sobre o valor do rendimento, de 181 a 360 dias incide 20% no valor do rendimento; de 361 a 720 dias 17,5% e 721 dias ou mais incidirá 15%. Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar lá, menos imposto de renda. É importante lembrar que caso deixar aplicado menos de 30 dias, incidirá também o IOF (Imposto de Operações Financeiras). Em resumo, se você pretende aplicar algum valor em CDB num prazo de 30 a 60 dias, provavelmente será mais vantajoso deixar na poupança, visto que essa não tem IOF e nem imposto de renda.

 

Qual a minha garantia em aplicar o dinheiro no CDB?

 

Assim como a poupança, a aplicação em CDB’s é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que é um fundo constituído pelos bancos, de forma a garantir as operações de clientes das instituições. Tal fundo garante os depósitos de até R$ 250 mil por CPF, por instituição financeira. Portanto, o risco é baixo.

 

CDB’s de bancos tradicionais

 

Os bancos tradicionais, como por exemplo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander, entre outros, oferecem seus títulos de CDB’s. Porém geralmente o rendimento desses títulos não são tão atrativos, sendo inferiores a 100% do CDI, tendo casos de até 70% do CDI, o que é muito baixo, mas pode ser ainda maior que a poupança.

 

Por exemplo, se você aplicar R$ 10.000,00 a um CDB que paga 80% do CDI, de um banco tradicional, teria o seguinte rendimento:

 

Valor da aplicação: R$ 10.000,00

Prazo: 6 meses

Taxa: 13,65% ao ano x 80% = 10,92% ao ano, que corresponde a 0,87% ao mês

Valor no final: R$ 10.533,49

Imposto de renda: no caso de até 6 meses, 22,5% sobre o rendimento de R$ 533,49, que resulta em R$ 120,04

Valor líquido no final: R$ 10.413,45

 

Veja como o rendimento é interessante: Ele representou 4,13% em 6 meses, que numa média ficaria em 0,69% ao mês. Como referência, a inflação em maio (IPCA) ficou em 0,23% ao mês, ou seja, efetivamente teria um ganho real.

 

Mas quando que o CDB torna-se atrativo?

 

A aplicação em CDB fica interessante à medida que se busquem bancos alternativos, fugindo dos tradicionais. A comodidade nos faz ganhar menos dinheiro, pois geralmente temos conta corrente nos bancos tradicionais e esses já oferecem a aplicação em títulos do próprio banco.

 

Os CDB’s de bancos menores têm a mesma funcionalidade e a mesma garantia do FGC, cabendo a uma breve consulta sobre o histórico do banco que está oferecendo o título, a fim de analisar seu risco. As ofertas dos títulos dessas instituições menores são realizadas geralmente por corretoras de valores, pelo qual é necessário você se cadastrar e abrir uma conta para realizar operações. O uso de corretora de valores não é somente para quem aplica em ações. É um intermediário para que também você possa aplicar em títulos do tesouro, CDB’s, fundos de investimento, entre outros. Destaco abaixo as principais corretoras no mercado:

 

Modalmais - www.modalmais.com.br

Rico - www.rico.com.vc

XP - www.xpi.com.br

Clear - www.clear.com.br

UBS - www.ubs.com

 

E muitas outras. Veja lista de corretoras e suas qualificações nas informações do banco central clicando aqui.

 

Geralmente as corretoras disponibilizam o cadastro e gerenciamento online de aplicações e resgates. E muitas não tem custo de abertura de conta e nem de manutenção, e mesmo que você não venha a aplicar imediatamente, é uma boa dica para conhecer o mecanismo e a oferta de investimentos.

 

Mesmo que o exemplo tenha sido de R$ 10.000,00, a partir de R$ 100,00 ou R$ 200,00 você já pode aplicar em CDB. Porém, para valores muito baixos, é muito provável que você venha a encontrar opções em bancos tradicionais. Para bancos alternativos, através de corretoras, geralmente tem um valor mínimo inicial de R$ 1.000,00. Mas por outro lado, as corretoras oferecem títulos públicos, onde pode ser aplicado desde R$ 40,00.

 

Independentemente do tipo de aplicação, o objetivo é que tenha um ganho real, que é o resultado do rendimento líquido menos a inflação no período.

 

Por fim, dentre as opções de investimento em renda fixa, que são aquelas com o risco menor, o CDB destaca-se como alternativa de investimento, desde que você procure alternativas no mercado. Busque informações junto às corretoras e também nos bancos tradicionais (desde que tenha uma boa taxa de rentabilidade). Geralmente CDB’s que pagam 100% ou mais do CDI são atrativos, pois ultrapassam a inflação, tendo um ganho real. Já aqueles que pagam menos de 100%, pode ser até que a poupança seja mais atrativa, mas dependerá também do prazo de investimento. Só ganharemos dinheiro se conseguirmos rendimento acima da inflação, ou seja, ganho real.

 

 

 

Fabio Nepomoceno - Contador e Consultor em Finanças

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