As pequenas e as grandes armadilhas que corroem o seu dinheiro
Nossa mente é poderosíssima. Os antigos textos judaicos diziam que “nenhum médico é capaz de curar a cegueira da mente”. Já o escritor americano Zig Ziglar afirmava que “aquilo que consome sua mente controla sua vida”.
Nos últimos 500 anos, a ciência deu um salto absurdo. Estudamos a natureza, as florestas, os oceanos e até o espaço, mas ainda sabemos muito pouco sobre a capacidade real do nosso cérebro.
O autoconhecimento é a chave para encontrarmos muitas das respostas que ainda estamos buscando fora. Aos poucos, vamos entendendo que a maior viagem é para dentro.
E como nosso cérebro funciona? A ciência descobriu que nossos cérebros são programados para dar sentido às coisas, traçando conexões entre pensamentos, ideias, ações e consequências.
Porém, muitas vezes ele pode estar totalmente errado. Essas conexões podem ser enganosas e, as ideias, negativas demais.
Os terapeutas cognitivo-comportamentais chamam esses erros de “distorções cognitivas”. São armadilhas que nos levam a perceber a realidade de forma diferente de como ela realmente é.
Neste texto será apresentado os cinco maiores truques da sua mente, que você pode e deve aprender a reconhecer, para evitar cair nessas armadilhas a todo custo.
Aqui estão algumas das armadilhas mentais mais comuns que nos impedem de ter sucesso – e como superá-las:
1. Tirar conclusões com base na emoção
Talvez a maior armadilha mental em que caímos é a de confundir o que é evidência com o que “gostaríamos que fosse evidência”. Nós temos essa péssima forma de tirar conclusões baseadas no “achismo” e em uma “razão irracional”.
A autoestima, por exemplo, é um sentimento, certo? Não é um dado concreto. Mas, mesmo assim, você deixa o seu cérebro te sabotar quando, em uma reunião, você não expressa suas opiniões, pois o seu cérebro diz para você: “Bem, minhas ideias são irrelevantes, por isso não vou compartilhar nada nessa reunião”.
Esse é um raciocínio emocional e pode ser que você esteja agindo assim.
Para evitar que isso aconteça, é importante que você se questione sempre, e se faça uma importante pergunta: “É possível que meus sentimentos sejam obscurecidos por algum preconceito que deve ser reavaliado?”
Quando você para de transformar os seus sentimentos em verdades, você amplia a lógica e a clareza que vão te permitir tomar decisões mais inteligentes.
Com as decisões financeiras é a mesma coisa. Quando foi a última vez que você comprou algo no calor da emoção? Imagino que não faz muito tempo.
2. Culpar os outros
Uma das coisas que mais pode prejudicar a sua vida é atribuir às outras pessoas a responsabilidade de ações e sentimentos que você mesmo(a) causou.
Se você saiu com pouca antecedência para o trabalho e nesse dia o trânsito estava especialmente mais travado, a culpa do seu atraso para a reunião é sua, e não do trânsito.
Frequentemente culpamos os outros porque isso nos ajuda a preservar nosso senso de autoestima. Nosso cérebro evita ter a consciência de nossos próprios erros e falhas.
Mas, se você deixar de assumir a responsabilidade pelas consequências do seu próprio comportamento, você simplesmente não aprenderá com seus erros.
Uma das habilidades mais importantes para alcançar qualquer tipo de sucesso é justamente essa capacidade de crescer por meio dos erros que cometemos pelo caminho.
Trabalhe a sua autorresponsabilidade e desenvolva a empatia, ela pode te ajudar a abandonar o hábito de culpar o outro.
O outro não tem culpa se você entrou em uma pirâmide financeira. O outro não tem culpa se você não consegue poupar parte da sua renda todos os meses. A não ser você, ninguém é culpado se você ainda não aprendeu a investir.
3. Fazer tempestades em copos de água
Nosso cérebro valoriza cinco vezes mais as notícias negativas do que as positivas. Não é à toa que os jornais focam nisso.
A ciência explica: essa preferência pelo negativo é evolutiva – passamos as últimas centenas de milhares de anos tentando sobreviver como espécie, e saber se um barulho na mata era uma ameaça de predador era mais importante do que qualquer devaneio positivo da nossa cabeça.
O medo é um sentimento muito importante no sentido evolutivo. Mas, quando temos um medo irracional, acima do que se apresenta, podemos entrar em uma espiral de “catastrofização”.
Sempre esperar o pior resultado possível para uma situação está longe de ser útil. Na verdade, estudos mostram que isso pode causar ansiedade e depressão.
Se você está com problemas financeiros, por exemplo, entenda de fato qual é o problema. Saiba exatamente quais números estão envolvidos e faça um plano para renegociar e sair dessa situação.
4. Levar tudo para o lado pessoal
Culpar os outros é ruim, mas se culpar por tudo o que acontece chega a ser pior. Quem leva tudo para o lado pessoal ou atribui a culpa de tudo o que acontece a si mesmo entra em um processo prejudicial de vergonha e de sentimentos de inadequação.
Para trabalhar essa distorção cognitiva, dê um passo para trás e pense sobre o papel que você desempenhou na situação. Em seguida, considere como você pode não ser totalmente culpado(a).
Ao olhar para as coisas da perspectiva de um estranho, você pode descobrir que havia uma variedade de fatores em jogo, e que o resultado não é um reflexo direto do que você fez ou faz.
5. Armadilha do padrão de vida
Para finalizar, ainda quero compartilhar um hábito que pode ser a maior das armadilhas. É o que eu chamo de “armadilha do padrão de vida”. Culturalmente, somos estimulados a estudar, ter uma boa profissão e ir crescendo profissionalmente, ganhando mais dinheiro.
Também somos estimulados a ter “o melhor padrão de vida possível”. Isso significa que a maioria das pessoas, quando conseguem uma renda maior, ampliam seus gastos. Renda maior significa carro maior, casa maior, viagem mais cara, restaurante mais caro.
Esse hábito é a armadilha que te leva ao precipício financeiro. Ao ter um padrão de vida mais caro e pouca margem caso perca renda, você estará naturalmente ampliando a sua ansiedade financeira.
Portanto, se atente aos truques da sua mente, entenda como você está tomando decisões e aprenda a viver com menos do que você tem disponível todos os meses.
Fonte: Adaptado de Infomoney
Autor do Artigo: Thiago Godoy
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